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Dilson Fonseca

A CABRA CABRIOLA

Dom, 23 Março de 2025 | Fonte: Dilson Fonseca


 A Cabra Cabriola é um ser imaginário da mitologia infantil portuguesa, mas também surge no resto da península Ibérica, foi depois levada para o Brasil pelos portugueses. A Cabra Cabriola é a personificação do medo, um animal em forma de cabra, um animal frequentemente de aspecto monstruoso comedor de crianças, um papa-meninos. No século XIX a Cabra Cabriola era tema de uma canção de embalar:
“Cabra cabriola
Corre montes e vales,
Corre meninos a pares
Tamêm te comerá a ti
Se cá chegares” 

A Cabra Cabriola no Piauí e Pernanbuco data do século XIX e XX.A lenda conta que a Cabra Cabriola era um animal monstruoso que comia crianças travessas. Ela invadia casas para pegar e comer as crianças que não obedeciam os pais. De acordo com a lenda no Brasil, ela cantava este verso:
Eu sou a Cabra Cabriola
Que como meninos aos pares
Também comerei a vós
Uns carochinhos de nada  

No Brasil quem contava a lenda dizia que quando uma criança começa a chorar de repente, a Cabra Cabriola estava fazendo outra vítima. Quando isso acontecia, as pessoas começavam a rezar.

Maria da Manta
A maria da manta é um ser mítico do folclore português. Ela surge como uma entidade malévola e assustadora do sono, um monstro com cornos e lume nos olhos que mora nos rios lagos e poços. Segundo as lendas, ela atrai as crianças que se aproximam destes lugares aquáticos e afoga-as. Enquadra-se num conjunto de criaturas chamado Medos ou Papões, por serem utilizados pelos pais e educadores para assustar as crianças, procurando limitar o seu raio de ação para prevenir que aquelas se aproximassem de locais perigosos. No caso da Maria da Manta, os rios, ribeiras, lagos e charcas eram os locais perigosos a evitar*  Leite de Vasconcelos diz que a Maria-da-Manta é uma “evidente transformação de uma antiga divindade.” Também conhecida como Marimanta em mirandês e na Galiza. Em Badajoz celebra-se a queima da Marimanta.
Maria da manta 
tem os boches na garganta 
Tem lume nos olhos
E lenha nos cornos
Tem leite nas tetelioilas
Corre montes e vales
E pés de altares
E mata meninos aos pares.

O bicho-papão
O bicho-papão, bitu, papa-gente, papão, bebe-papão, papa-figo, tutu, manjaléu, Coca ou mumuca é um ser imaginário das mitologias infantis portuguesa e brasileira estando também presente no resto da Península Ibérica, como na Galiza, na Catalunha e nas Astúrias.

O bicho-papão é a personificação do medo. É um ser mutante que pode assumir qualquer forma; é um ser ou animal frequentemente de aspecto monstruoso comedor de crianças, um papa-meninos. Está sempre à espreita e é atraído por crianças desobedientes.O bicho-papão, tal como outros seres míticos como o homem do saco, sarronco ou a coca, é usado pelos pais para assustar e impedir que as crianças desobedeçam. Todas as suas representações estão associadas ao mal que pode ocorrer às crianças caso se afastem ou contrariem os pais; a expressão “porta-te bem senão vem o bicho-papão” induzia, assim, o respeito das crianças às ordens dos pais. Na Galiza, é um ser gigantesco, mas pode também ser um trasgo ou duende. Mas, qualquer que seja a sua representação, o seu nome, que deriva do termo de conotação infantil “papar”, revela a sua principal função: devorar crianças.C. Cabral refere que, na Espanha, o papão tem um tamanho gigantesco, boca enorme, olhos de fogo e estômago de forno ardente. Em Portugal, o papão é tema de uma antiga cantiga de embalar:
“Vai-te papão, vai-te embora
De cima desse telhado,
Deixa dormir o menino
Um soninho descansado.”
No Brasil, há a seguinte variação dessa canção:
“Bicho papão,
Sai de cima do telhado
Deixe esse menino
Dormir sossegado.”

Correio de Corumbá

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