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Gregório José

DIAS MELHORES, TEMPOS SOMBRIOS, BOLSOS VAZIOS

Sáb, 11 Janeiro de 2025 | Fonte: Gregório José


Você, brasileiro, acorda. E antes mesmo do café, do pão na chapa, do cheiro da rua, você já está pensando no amanhã. É que o futuro, meu caro, é o sol que insiste em brilhar mesmo nos dias nublados. Abre o jornal, ou liga o rádio e pah! Aumentam casos de inadimplência. Mas tem algo bom aí, a esperança em saldar as contas é alta.

Uma pesquisa — dessas que viram manchetes por aí — revela que estamos otimistas para 2025. Olha só, que coisa linda: 87% de nós acredita que vai pagar as contas em dia. Agora, isso não é só número, não. É um baita de um respiro. E é também um lembrete: o brasileiro acredita, sim, no amanhã.

Mas, veja bem, não é que sejamos cegos ao caos. A preocupação com aquele gasto inesperado, com a falta da reserva de emergência, ainda está ali, de mãos dadas com a realidade. É aquele aperto no peito que você sente toda vez que o celular vibra com um SMS de cobrança. Mas, mesmo assim, seguimos. Porque, entre tropeços, o brasileiro sabe dançar.

E dançar exige ritmo, planejamento. Por isso, 9 em cada 10 de nós já estava pensando no bolso antes do ano virar. Planejamento, organização: palavras bonitas, cheias de promessas. E também palavras difíceis de conjugar em um país onde o salário às vezes não chega ao fim do mês.

Mas olha só, estamos sonhando alto: saúde, investimentos, até empreender. Porque, afinal, o sonho é o que nos carrega. É ele que nos faz acreditar que um dia a dívida vira investimento, que o nome volta a ser limpo, que os filhos terão mais do que a gente teve.

E não dá para falar de esperança sem mencionar os números que pesam. 73,7 milhões de inadimplentes no Brasil. É gente demais carregando dívidas. Um número que não devia ser só número, mas que carrega histórias: de luta, de escolhas difíceis, de boletos que não são só papel, mas pedaços de vida.

Thiago Ramos, da Serasa, fala que planejamento é o pontapé inicial. E ele tem razão. Mas, Thiago, planejamento por aqui é sinônimo de criatividade. É saber esticar o que não estica, reinventar o que já parecia perdido.

Então, que 2025 seja de esperança. Que seja leve, que seja possível, que seja nosso. Porque, no fim, o brasileiro não desiste. Ele acredita. E é nesse acreditar que a gente encontra força pra seguir.

E você, que está lendo, respire fundo. Dê aquele sorriso de canto de boca e continue. Afinal, dias melhores não só virão, eles já estão chegando.

Correio de Corumbá

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