Agronegócio
Menos feijão na mesa dos brasileiros: consumo médio caiu mais de 50% no país
Nos últimos 16 anos, os principais fatores foram a alta do preço do grão e o aumento da exportação para países como a Índia
Qua, 15 Fevereiro de 2023 | Fonte: Da Assessoria
Ele é a combinação perfeita para o arroz, ingrediente que não pode faltar na mesa do brasileiro, ou pelo menos, não faltava. O consumo de feijão no país tem diminuído a cada ano, é o que apontam os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que em 16 anos, o consumo médio de feijão caiu mais de 50% no Brasil e entre os motivos apontados como causa da queda estão o preço alto e a presença cada vez mais impactante dos alimentos ultraprocessados no prato.
Só no último ano, o preço do feijão carioca aumentou mais de 28%. O preço do quilo do feijão em média na capital chega a custar R$10,00. O feijão seja ele carioca, preto, branco não é só uma comida tipica nacional, é também um alimento importante para a saúde. Segundo dados do Ministério da saúde, eliminar o feijão da dieta pode trazer problemas no futuro, inclusive a obesidade. Até 2025, mais brasileiros devem deixar de comer feijão de forma regular.
Mas se as safras de feijão no Brasil atingem números recordes, porque o preço do produto é tão alto? Um dos fatores é a grande demanda de exportação, o Brasil deve elevar a exportação de feijão para a Índia. Em relação ao mercado, o cenário atual por aqui é de pouco produto disponível após uma nova diminuição na área plantada com a cultura no início do ano.
Segundo Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, empresa especializada no comércio exterior, é fundamental equilibrar a exportação com a produção e distribuição internas, a fim de garantir a segurança alimentar da população e a sustentabilidade da economia agrícola do país. “A exportação de grãos, incluindo o feijão, tem se mostrado um importante fator no comércio exterior brasileiro. No entanto, é preciso estar atento aos impactos que a elevada demanda externa pode causar no consumo interno e no preço dos alimentos, como é o caso do feijão. Além disso, a diminuição na área plantada com a cultura contribui para a escassez do produto no mercado nacional”, afirmou.
A falta de produto ofertado impacta de forma imediata nos preços que chegaram a valores recordes em janeiro deste ano no país. O ano iniciou com valores girando em torno de US$ 70 a saca, o que nunca aconteceu antes. A próxima safra começa a ser plantada entre os meses de abril e maio, sendo três safras por ano no total.
O preço do feijão carioca tipo 1 nos mercados de São Paulo variam de R$ 8,90 a R$11,90, enquanto o preço do quilo do feijão preto tipo 1 varia de R$ 6,50 a R$ 9,80. No Rio de Janeiro, os preços do feijão oscilam entre R$ 6,49 a R$ 9,50 na capital carioca. Na região da Baixada Fluminense, o consumidor pode pagar até 30% mais caro pelo arroz e 22% pelo feijão. A oscilação do preço do feijão em Niterói foi a mesma que em Nova Iguaçu.
Além do cenário interno, o mercado de feijão e pulses deve estar no foco das negociações internacionais nos próximos dias. A Índia, um dos principais produtores da cultura, solicitou acordo fixo sanitário com o Brasil em pulses, o país asiático quer comprar do Brasil diferentes tipos de feijão, lentilha, ervilha, grão-de-bico e outras variedades que ainda não são produzidas lá.
“O mercado de feijão tem passado por grandes oscilações de preço, o que tem impactado diretamente o bolso do consumidor brasileiro. A oferta insuficiente de produto no mercado interno e a grande demanda de exportação são alguns dos fatores que contribuem para essa instabilidade. É importante que haja uma gestão equilibrada da produção e do comércio exterior de feijão e outros pulses, de forma a garantir a segurança alimentar da população e a sustentabilidade do setor agrícola brasileiro”, completou Pizzamiglio.
Veja Também
As exportações do agronegócio atingiram US$ 10,23 bilhões em janeiro deste ano, alta de 16,5% em relação ao mesmo mês do ano passado. De acordo com a Secreta...
A diretoria e associados da Novilho Precoce MS embarcaram em uma viagem estratégica entre São Paulo e Brasília, visando alinhar os próximos passos da institu...
Mato Grosso do Sul possui moderno e eficiente sistema de controle sanitário animal e vegetal que está em funcionamento há oito meses – desde dezembro de 2023...
Produtores rurais de Mato Grosso do Sul, que se dedicam à criação de suínos, reuniram-se em Dourados nesta quarta-feira (21), a fim de debater o PAS - Progra...
Últimas Notícias
- 07 de Setembro de 2024 IHP faz ação conjunta com instituições para alertar nível crítico da saúde do rio Miranda
- 07 de Setembro de 2024 MPMS: pedido de bloqueio no valor de R$ 35 milhões para reparação de danos causados por desmoronamento de barragem é acolhido pela Justiça
- 07 de Setembro de 2024 NFL no Brasil: 7 comportamentos mostram jeito diferente de torcer
- 07 de Setembro de 2024 Egresso do IFMS escolhe profissão para ajudar no desenvolvimento do lugar onde nasceu
- 07 de Setembro de 2024 Teto de prédio histórico no Casario do Porto em Corumbá desaba
- 07 de Setembro de 2024 Sob forte sol e clima seco, população celebra a Independência e resgata a memória do 7 de Setembro
- 07 de Setembro de 2024 Tradição, público cativo e conscientização marcam desfile da Independência em Campo Grande
- 07 de Setembro de 2024 Solenidade e desfile cívico-militar marcam celebração do 7 de Setembro em Corumbá
- 07 de Setembro de 2024 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA RESSOCIALIZAÇÃO
- 07 de Setembro de 2024 SOU POETA
- 07 de Setembro de 2024 SUPL. LITERÁRIO A ILHA: EXISTÊNCIA E RESISTÊNCIA
- 07 de Setembro de 2024 SEMEAR COM CONSCIÊNCIA
- 07 de Setembro de 2024 QUEM DÁ OUVIDOS A FOFOCAS PERDE O PRÓPRIO ENREDO DA VIDA
- 06 de Setembro de 2024 “Nenhum país é independente quando tolera ameaças à sua soberania”, diz Lula, em fala de 7 de setembro
- 06 de Setembro de 2024 Em concurso inédito, PCDF publica edital com 740 oportunidades administrativas