Meio Ambiente
DIA MUNDIAL DA ÁGUA: Instrumentação para monitorar a água no solo e na planta
Qua, 22 Março de 2023 | Fonte: Luís Henrique Bassoi
A agricultura irrigada deve-se valer do monitoramento sobre o quanto de água proveniente de corpos hídricos (chamada de água azul) deve ser reposta ao solo durante um cultivo irrigado, ou quanto de água já existe no solo devido à ocorrência de chuvas (chamada de água verde), para determinar quando a irrigação deverá ser realizada, e em qual quantidade.
É a realização do manejo de irrigação, que em poucas palavras consiste na utilização de critérios (como o conteúdo de água no solo) para definir quando e quanto irrigar. O mesmo pode ser alcançado utilizando-se de outros critérios, como a evapotranspiração de uma cultura agrícola e o conteúdo de água na planta.
Se unirmos esses critérios, que fornecem informações sobre o movimento da água através do solo e da planta para chegar à atmosfera, melhor. Com isso pode-se aplicar a água por um sistema de irrigação específico para a cultura em questão (como irrigar),de modo eficaz (quando irrigar) e eficiente (quanto irrigar).
Em 2014–2015 vivenciamos uma crise hídrica que, além de problemas e prejuízos causados à sociedade como um todo, surpreendeu muitas pessoas, pois afetou intensamente as regiões Sudeste e Centro-Oeste, além da região Nordeste do Brasil. Em 2021, as chuvas novamente ocorreram em magnitudes menores que o esperado.
De modo contrário, neste ano vivenciamos um verão com números de precipitação pluvial que excedem os valores normais em muitas regiões do Brasil. O monitoramento da água no solo e na planta para o manejo de irrigação é importante em ambas as situações.
Nessas últimas duas décadas, em diversos momentos e em diferentes formas, a agricultura irrigada brasileira tem sido questionada de modo equivocado em relação ao uso da água para a produção de biomassa para a alimentação humana ou animal, ou para algum tipo de processamento ou transformação.
Nesse mesmo período de tempo tem ocorrido o aparecimento de diversas tecnologias, como a agricultura de precisão, agricultura digital, automação e conectividade. Em algumas situações de aplicação dessas na agricultura esses termos “se confundem”.
Além de uma constante evolução, todas essas tecnologias passam por problemas de natureza variada em nosso País, como burocracia para o seu emprego, falta de regulamentação específica, falta de infraestrutura, custo etc. A conectividade no campo, que vem aumentando, talvez possa ser um exemplo que resuma essas dificuldades.
A instrumentação, presente nessas tecnologias, pode ser definida como a utilização de técnicas e conhecimentos avançados, métodos, sistemas e instrumentos para o desenvolvimento de equipamentos, metodologias, processos, novos materiais, sensores, medidores, controladores, atuadores, transmissores e processadores de sinal, envolvendo tanto a ciência básica como a aplicada.
A instrumentação utilizada para o monitoramento de água no solo e na planta tem se desenvolvido de maneira marcante, mas a sua adoção pelo setor agrícola, independente do tamanho da área que o produtor tenha e do nível de tecnologia que ele adote, ainda é pequena. A dependência de componentes importados, o custo elevado e falta de uma indústria nacional que dê o suporte tecnológico para uma adoção mais ampla são entraves.
Há também a necessidade de capacitação do usuário (produtor e/ou técnico), pois o caminho da água do solo para a planta, e desta para a atmosfera, é dinâmico, complexo. Nem sempre é trivial o manuseio para coleta de dados, a interpretação para a geração de informações e a manutenção da instrumentação.
Some-se a isso a necessidade de maior compreensão pelos usuários de que a água é um bem finito, e que o seu custo pode não ser menor em relação a outros insumos utilizados na produção agrícola. A água, em muitas situações, não é cobrada como insumo. Talvez passe a ser.
Por fim, há quem defenda que hoje o fator terra talvez não seja o mais limitante para a o processo de produção agrícola no Brasil, mas sim a falta de tecnologia adequada para cada tipo de produtor(principalmente os pequenos) e de sistema de produção agrícola.
Os profissionais envolvidos com ensino, pesquisa, transferência e difusão de tecnologia, fabricantes e prestadores de serviços, juntamente com os produtores, têm como desafio aumentar o uso da instrumentação na agricultura irrigada brasileira e contribuir para a sua sustentabilidade.
Veja Também
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Instituto Nacional de Metrologia, ...
Últimas Notícias
- 07 de Setembro de 2024 IHP faz ação conjunta com instituições para alertar nível crítico da saúde do rio Miranda
- 07 de Setembro de 2024 MPMS: pedido de bloqueio no valor de R$ 35 milhões para reparação de danos causados por desmoronamento de barragem é acolhido pela Justiça
- 07 de Setembro de 2024 NFL no Brasil: 7 comportamentos mostram jeito diferente de torcer
- 07 de Setembro de 2024 Egresso do IFMS escolhe profissão para ajudar no desenvolvimento do lugar onde nasceu
- 07 de Setembro de 2024 Teto de prédio histórico no Casario do Porto em Corumbá desaba
- 07 de Setembro de 2024 Sob forte sol e clima seco, população celebra a Independência e resgata a memória do 7 de Setembro
- 07 de Setembro de 2024 Tradição, público cativo e conscientização marcam desfile da Independência em Campo Grande
- 07 de Setembro de 2024 Solenidade e desfile cívico-militar marcam celebração do 7 de Setembro em Corumbá
- 07 de Setembro de 2024 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA RESSOCIALIZAÇÃO
- 07 de Setembro de 2024 SOU POETA
- 07 de Setembro de 2024 SUPL. LITERÁRIO A ILHA: EXISTÊNCIA E RESISTÊNCIA
- 07 de Setembro de 2024 SEMEAR COM CONSCIÊNCIA
- 07 de Setembro de 2024 QUEM DÁ OUVIDOS A FOFOCAS PERDE O PRÓPRIO ENREDO DA VIDA
- 06 de Setembro de 2024 “Nenhum país é independente quando tolera ameaças à sua soberania”, diz Lula, em fala de 7 de setembro
- 06 de Setembro de 2024 Em concurso inédito, PCDF publica edital com 740 oportunidades administrativas