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Ahmad Schabib Hany

UFPANTANAL RECEBE APOIO EM CONGRESSO DE DOCENTES UNIVERSITÁRIOS

Dom, 02 Fevereiro de 2025 | Fonte: Ahmad Schabib Hany


O Congresso Nacional da ANDES, realizado em Vitória (ES), fez moção de apoio e recebeu com entusiasmo o Movimento UFPantanal. Por outro lado, o artista visual que caracterizou a imagem do movimento na primeira fase, Adilson Schieffer Martinez, se eternizou nesta semana, aos 67 anos.

O Movimento UFPantanal conquistou mais um relevante apoio, no 47º Congresso da ANDES, Sindicato Nacional de Docentes Universitários, que ocorreu em Vitória (ES). Representando a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (ADUFMS), o Professor Ilídio Roda Neves, do CPAN/UFMS, vice-presidente regional da entidade e interlocutor do Movimento UFPantanal, distribuiu material e pediu adesão ao abaixo-assinado virtual.    

Além da aprovação de moção de apoio à criação da UFPantanal, a calorosa acolhida pelos participantes teve seu ápice durante a confraternização. O bloco Afrokizomba, chamado para o momento cultural, se entusiasmou e deu as boas-vindas à universidade que nasce com esse inspirador nome, Pantanal. Docentes, pesquisadores, intelectuais e artistas são unânimes em reconhecer que o nome tem um sentido mágico, como já foi registrado em depoimentos e relatos de expedições de diversos estudiosos.                  

TEOR DA MOÇÃO
Quinta aprovada em quatro meses, a moção apresentada pelo Professor Ilídio Roda Neves no Congresso da ANDES, em Vitória, traz as resoluções que seguem.
1.    Manifestar apoio veemente à criação da Universidade Federal do Pantanal (UFPantanal), reconhecendo-a como uma iniciativa estratégica para o desenvolvimento sustentável da região, para a excelência na pesquisa científica e para a formação de profissionais qualificados em áreas essenciais ao bioma e às comunidades locais.

2.    Exortar os parlamentares brasileiros a aprovarem, com máxima urgência, as propostas legislativas em tramitação no Congresso Nacional que visam à criação da UFPantanal. O reconhecimento da relevância desse projeto pelo Poder Legislativo é fundamental para assegurar o futuro do Pantanal e do país.

3.    Solicitar ao Ministério da Educação a inclusão da criação da UFPantanal como prioridade em sua agenda estratégica, reforçando o compromisso com a expansão e a equidade no sistema federal de ensino superior.

4.    Convocar a mobilização da comunidade acadêmica, científica e da sociedade civil em favor da UFPantanal, promovendo ações conjuntas que pressionem os poderes constituídos e evidenciem a importância desse projeto para o desenvolvimento regional e nacional.

5.    Ampliar a divulgação desta moção em todos os meios de comunicação disponíveis, sensibilizando a sociedade sobre a necessidade de fortalecer a educação superior pública e gratuita e promovendo a construção de um consenso em torno da criação da UFPantanal.

A criação da Universidade Federal do Pantanal constitui um marco histórico para o Brasil, oferecendo oportunidades únicas para a preservação do maior planície alagada do planeta e para a promoção de uma educação de qualidade que respeite a diversidade socioambiental da região.   

Reafirmamos nosso compromisso com a luta pela implementação deste projeto, que representa um avanço significativo para o Brasil no enfrentamento das desigualdades regionais e na valorização de sua riqueza natural e humana.              

PANTANAL POR INTEIRO
Não é primeira vez que é observada essa obsessão por abreviar o vocábulo como que fosse uma determinação, uma condição, para denominar uma instituição. Desde antes da divisão de Mato Grosso, durante o regime de 1964, passou a ser prática dos tecnocratas da ditadura o corte do nome do bioma, único por suas características. Quando se tratou de dividir Mato Grosso e criar Mato Grosso do Sul, os mesmos tecnocratas não perderam a oportunidade de cortar o território sem levar em conta consequências imediatas e futuras. Até porque não era essa a causa da iniciativa de 1977.    

Inúmeras instituições foram criadas entre 1964 e 1984 dentro da região do Pantanal. Quase a totalidade, quando incluía o nome do bioma, terminava em ‘–pant’ ou ‘–pan’. A maioria dessas instituições desapareceu. Parece sina, pois o mesmo regime que quis dar um toque de modernidade no nome acabou por dividir o território do bioma sem ter-se preocupado em estabelecer mecanismos de gestão compartilhada entre os entes federativos. Só a partir de 1988, com a promulgação da Constituição Cidadã, o Pantanal passou a ter, em nível federal, tratamento institucional à altura de sua relevância.    

Contudo, no pós-2016, todas essas conquistas institucionais se esvaíram, em decorrência do desmonte das políticas públicas voltadas para a sustentabilidade e o meio ambiente. O nome, portanto, é mais que um reconhecimento de identidade, é a afirmação histórica e natural de uma região e um bioma cujas características únicas o tornam referência por si. Não é casual que em determinadas ocasiões haja disputa entre as capitais dos dois estados pela ‘posse’ do nome, quando na verdade não passa de jogada de marketing, que só tem esvaziado e empobrecido a região, sua população e, sobretudo, os recursos naturais.                  

NOTA DE PESAR
Profundamente consternado, o Movimento UFPantanal lamentou o falecimento do artista visual Adilson Schieffer Martinez, dia 28 de janeiro, em Junqueirópolis (SP), onde morava desde 2023.

O reconhecido artista, responsável pelo resgate da iconografia Kadiwéu, viveu e trabalhou desde a juventude em Mato Grosso do Sul e consolidou uma carreira voltada para a riqueza cultural do estado. Membro-fundador da Confraria dos Sociartistas e membro de primeira hora do Movimento UFPantanal, emprestou sua criação para ilustrar documentos e peças na primeira fase da campanha pela UFPantanal, iniciada em julho de 2024, tendo sido um dos primeiros signatários das cartas ao Presidente Lula.

Enquanto residiu no estado, o trabalho de Adilson Schieffer estava voltado para a temática cultural, sobretudo o legado Kadiweu, do qual foi importante divulgador. Em 2023, seu trabalho passou a focar temas religiosos católicos, tendo escolhido Maria centro de sua nova fase artística. Segundo uma das filhas, ele estava alegre antes de se eternizar depois de ter permanecido quase uma semana no CTI do hospital de Junqueirópolis e seu gesto derradeiro foi ter pedido um pincel instante anterior ao desenlace.

O desaparecimento físico de Adilson Schieffer, aos 67 anos, empobrece as artes no país. Os interlocutores do Movimento UFPantanal se irmanam neste momento de dor com a Família e Amigos do artista, reiterando o compromisso de, em reconhecimento de seu legado, promover as artes como uma das missões institucionais centrais da futura Universidade Federal do Pantanal, de cuja história ele faz parte desde a primeira hora.

Correio de Corumbá

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