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A CERVEJA COMO CONSUMIDORA DE ÁGUA

Dom, 28 Abril de 2024 | Fonte: Rosildo Barcellos


A CERVEJA COMO CONSUMIDORA DE ÁGUAPensando no processo histórico do Brasil, foi apenas com a chegada da família real na primeira metade do século XIX, que começou-se a pensar na necessidade de busca por água potável, pelo oferecimento de água para higiene e medidas básicas de saúde. Por fim, ampliar a compreensão sobre a importância da água é muito mais que apenas refletir e promover discussões sobre o uso consciente, mas também a busca por entender que tratamentos são realizados para que a água continue com seu ciclo de maneira qualificada.   A discussão atual deve caminhar no sentido de reparar danos já gerados e como não ampliar os prejuízos causados até então. saber o quanto a água é essencial para a sobrevivência na Terra, mas vamos apresentar alguns dados médios interessantes.  

Com a preocupação de economia dos recursos hídricos, reutilização é caminho para economia, a água é mais de 90% da matéria prima da cerveja. Há cerca de 10 ou 15 anos uma  cervejaria costumava usar de 5 a 6 litros de água para cada litro de cerveja produzida A água usada no processo de produção é a mais simples de ser reutilizada, por não usar produtos químicos. É a utilizada para o resfriamento do mosto, para aquecimento das caldeiras a vapor e para a pasteurização.   

Outrossim, além de reduzir a utilização de água, alguns processos podem também reduzir o consumo de energia. É o caso da água de resfriamento do mosto, que se usada na sequência para abastecer a caldeira e gerar vapor pode gerar essa economia, pois ela já sai quente após o resfriamento do mosto. A água economizada poderá também ser destinada para a limpeza de equipamentos e da própria fábrica, que é a água de utilidade. Essa, no entanto, é justamente a mais difícil de ser reaproveitada. Por serem usados produtos químicos fortes para esse fim, é necessário que a cervejaria tenha uma estação de tratamento para poder reutilizá-la.   

Outro detalhe que acontece atualmente no nosso Pantanal é a falta de preocupação com as matas ripárias. Elas atuam como se fossem filtros, impedindo que diversas contaminações alcancem os rios, tais como defensivos agrícolas e os subprodutos das cervejarias, além dos demais materiais com potencial de poluição. As raízes dessas árvores acabam ajudando o solo a se firmar, evitando o processo de assoreamento. Por isso, sua retirada traz diversos prejuízos para a qualidade das águas e, consequentemente, para a vida aquática.

Um terceiro problema é a poluição biológica que ocorre com o descarte inadequado do esgoto. Diversas cidades ainda não possuem Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e acabam destinando os esgotos domésticos e industriais para o nosso Rio Paraguai. A destinação incorreta do esgoto pode contribuir para a proliferação de bactérias. Por vezes, a quantidade de matéria orgânica é demasiadamente grande causando um enorme desequilíbrio no ecossistema. Em casos mais graves, pode ocorrer o processo de eutrofização. Trata-se de um processo muito sério. Imagine uma enchente de um rio contaminado. Essa situação pode trazer para a população diversas doenças, tais como cólera e leptospirose. Diante do cenário que temos visto, constatamos uma situação bastante grave: cerca de 80% da água utilizada por seres humanos é descartada em rios, sem passar por nenhuma etapa de tratamento. Essas ações trazem diversos prejuízos para os animais, os seres humanos, a água e o solo. É um ciclo de prejuízos. E antes que eu me esqueça: “ Se beber cerveja com algum  teor alcoólico, não dirija”.
*Articulista

Correio de Corumbá

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