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Rosildo Barcellos

A EXCELSA ALTERIDADE FEMININA

Seg, 13 Março de 2023 | Fonte: Rosildo Barcellos


 A diversidade, as diferenças, a alteridade, os regionalismos sociais e culturais dissolvem de certa forma o fundamento universal dos direitos humanos; mas esse conceito a mulher carrega impregnado ao seu ser, juntamente com o Dom Divino de estender a mão a quem não pediu e doar aquilo que nem foi solicitado. Nada mais justo que, por isso estabelecer um dia especial para homenageá-las. Na verdade, há mais de uma versão para a origem do Dia Internacional da Mulher, mas todas remetem a greves de trabalhadoras de fábricas têxteis desde a Revolução Industrial, no século 19.   

Em 8 de março de 1857, tecelãs de Nova York realizaram uma marcha por melhores condições de trabalho, diminuição da carga horária e igualdade de direitos. Na época, a jornada de trabalho feminino chegava a 16 horas diárias, com salários até 60% menores que os dos homens. Além disso, muitas sofriam agressões físicas e sexuais. Uma das versões do desfecho da marcha é a de que as manifestantes teriam sido trancadas na fábrica pelos patrões, que atearam fogo no local, matando cerca de 130 mulheres. O fim mais aceito, porém, é o da interrupção da passeata pela polícia, que dispersou a multidão com violência.  

A versão do incêndio tem concatenação com a tragédia da fábrica Triangle Shirtwaist Company, em 25 de março de 1911. O fogo matou mais de 150 mulheres, com idades entre 13 e 25 anos, na maioria imigrantes italianas e judias. A falta de medidas de segurança do local - as portas teriam sido trancadas para evitar a saída das empregadas - foi apontada como o motivo do alto número de mortes.  8 de março é símbolo da luta pelos direitos da mulher, e foi oficializada pela Unesco em 1977.    

No Brasil o que não faltaram foram declarações de amor, desde clássicos da MPB, como “Luiza” de Tom Jobim e também pop-rock como “Carla” do LS Jack, e “Renata” do Latino e também com Tihuana. Tiveram outras músicas que simplesmente falavam da mulher, sua rotina, seus hábitos, “Janaína” do Biquini Cavadão, “Leila” do Legião Urbana e “Natasha” do Capital Inicial, Fernanda MC DN; assim como Jéssica com Fundo de Quintal, Jenifer com Gabriel Diniz, “Amanda” com Lulu Santos ou ainda Cristina com Roupa Nova, “Elaine” com o ABBA. E quanta gente não cantarolou: A estrela Dalva, no céu desponta e a lua anda tonta com tamanho esplendor...  

Mas, não foram apenas músicas e poesias feitas para as mulheres, mas também por mulheres. Elas cantaram e encantaram com suas belas vozes. E com suas músicas, romperam tabus e influenciaram gerações. Na área jurídica  tivemos avanços A Lei Maria da Penha promoveu  o aumento no rigor das punições das agressões contra a mulher quando ocorridas no âmbito doméstico ou familiar.  

Entretanto independente da área jurídica, histórica, trabalhista ou estética; o termo mulher sempre vai remeter-nos para o que encarna o verdadeiro entendimento da palavra e a que mais amplo conceito tem que é a mulher – mãe e por coincidência do destino, normalmente nossas mães  cruzam os portais do infinito antes de nós , e assim , aprendamos a transferir, todo o significado para outras mulheres, que são mães de nossos filhos , e para nossas filhas , que serão mães dos nossos netos e eles sendo bem orientados e educados podem fazer a diferença neste mundo. Louve-se que este seja o sublime milagre da vida. Este é o sentido de nossa existência e se o homem encarna a força do Criador, a mulher encarna sua beleza e amor.       

O homem e a mulher, são sim complemento um do outro, são a coroação da criação. Esta é uma realidade poética intransponível e indiscutível.        *Articulista

Correio de Corumbá

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