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Na ONU, Brasil defende Palestina como Estado ‘soberano e independente’

Citando o presidente Lula, chanceler brasileiro afirmou que “não há mais desculpas para impedir o Estado da Palestina de se juntar à ONU”.

Qui, 18 Abril de 2024 | Fonte: Tiago Pereira, da RBA


O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta quinta-feira (18) que “chegou a hora de a comunidade internacional finalmente receber o Estado da Palestina plenamente soberano e independente”. Em reunião do Conselho de Segurança da ONU, ele cobrou o estabelecimento de um cessar-fogo em Gaza e, citando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse que “não há mais desculpas para impedir o Estado da Palestina de se juntar à ONU como membro pleno”.

Por iniciativa da Argélia, o Conselho de Segurança debate a admissão da Palestina às Nações Unidas. O órgão deve votar a adesão dos palestinos como membros efetivos da comunidade internacional nesta sexta-feira (19). Há o temor, no entanto, que os Estados Unidos acabem vetando a proposta.

Ainda assim, o Brasil reafirmou seu “apoio inabalável” à Palestina em sua luta por reconhecimento internacional. Nesse sentido, o chanceler Mauro Vieira reafirmou a postura brasileira pela “solução de dois Estados” como caminho para a construção da paz entre israelenses e palestinos.

“Os últimos eventos no Oriente Médio são mais um testemunho do fato de que uma solução duradoura e sustentável para a Questão Palestina não é apenas um imperativo moral. Trata-se de pré-requisito estratégico para a estabilidade regional e global. A paz e a estabilidade no Oriente Médio só podem ser alcançadas quando as aspirações legítimas do povo palestino pela autodeterminação e soberania forem atendidas”, disse Vieira.

A Palestina aguarda resposta de sua candidatura para aderir à ONU desde 2011. Atualmente, os palestinos possuem status de “observador”, sem direito à voto na organização. Mauro Vieira citou que, assim como o Brasil, 139 países já reconhecem a Palestina como Estado. Além disso, a nação palestina já atua como membro pleno em diversas organizações, como a Unicef e a Liga dos Estados Árabes, por exemplo.

Guerra generalizada “não é do interesse de ninguém”

No discurso, Vieira ressaltou que a comunidade internacional deve confrontar a escalada da violência em Gaza. E também deve combater a catástrofe humanitária que assola a região. Disse que, durante o final de semana, quando o Irã contra-atacou Israel, o mundo testemunhava “com inquietação” a possibilidade “concreta” do alastramento do conflito no Oriente Médio. Nesse sentido, afirmou que uma guerra regional generalizada e catastrófica “não interessa a ninguém”.

Ao mesmo tempo, voltou a condenar os “ataques terroristas” do Hamas em 7 de outubro. Por outro lado, disse que, desde então, o mundo assiste “à destruição sem precedentes de quase toda a região de Gaza em um período muito curto de tempo”. Destacou que os ataques israelenses atingiram “de escolas a hospitais, de mesquitas e igrejas a cemitérios, de abrigos a comboios de ajuda”.

Citou o “número desproporcional de vítimas civis em Gaza“, que hoje totaliza mais de 33.000 pessoas, incluindo 14.500 crianças. E destacou que o restante da população palestina na região sofre com nível de insegurança alimentar nunca antes visto. Além do deslocamento forçado de 2,2 milhões de pessoas.

Nesse sentido, disse que o Conselho de Segurança tem a obrigação “moral e legal” de deter o derramamento de sangue. Para ele, a palavra-chave é “desescalada”. E clamou por um cessar-fogo “imediato”.

“Um compromisso credível com a desescalada exige o fim imediato das hostilidades em Gaza, a libertação incondicional de reféns, ajuda humanitária sustentável aos habitantes de Gaza e ações que promovam o diálogo – e não mais confronto”.

Correio de Corumbá

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