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Museu da História e Cultura Afro-Brasileira, no Rio de Janeiro, recebe tela feita por Eduardo Kobra em homenagem a Gloria Maria

A obra, de 4 metros por altura por 3 metros de largura, estará exposta até 11 de março. A entrada é gratuita.

Sáb, 11 Fevereiro de 2023 | Fonte: Assessoria de Imprensa


Museu da História e Cultura Afro-Brasileira, no Rio de Janeiro, recebe tela feita por Eduardo Kobra em homenagem a Gloria Maria
Eduardo Kobra e seu filho, Pedro, contemplam a obra pouco depois de terminada 
Studio Kobra/Divulgação

O Muhcab abre as portas para uma estrela. Neste sábado (11 de fevereiro), o Museu da História e Cultura Afro-Brasileira, mantido pela Secretaria Municipal de Cultura do Rio, recebe uma enorme tela com a imagem de Gloria Maria, feita pelo muralista Eduardo Kobra, a pedido do “Fantástico”. Executada num fim de semana, em apenas 15 horas, a obra em tecido tem 4 metros de altura por 3 de largura e pode ser vista até 11 de março, de quarta a sábado, das 10h às 17h.

Gloria Maria faleceu no último dia 2 de fevereiro. Na tela, a jornalista e apresentadora, aparece toda colorida, cercada de borboletas e segurando o planeta Terra. “Ela tinha o planeta nas mãos”, diz Kobra, que já foi entrevistado por Gloria Maria, um rosto que o Brasil se acostumou a ver na TV nos últimos 50 anos. “Ela se conectou com o mundo como poucas pessoas e trouxe isso para nós.” Segundo Kobra, foram cem latas de spray à disposição da empreitada, realizada em seu ateliê em Itu, São Paulo.  

“A ideia de levar para o Muhcab foi do ‘Fantástico’, entendendo ser este um local de relevância identitária para receber a homenagem a uma figura tão representativa para mulheres e homens pretos, sobretudo na área da comunicação”, conta Leandro Santanna, diretor do espaço, na Gamboa, que recebeu mais de 40 mil visitantes em 2022.

Kobra no museu

“Embora a base do meu trabalho seja a arte de rua, também acho fascinante estar com minhas obras cada vez mais presentes em museus e galerias. Na história da street art, Jean-Michel Basquiat e Keith Haring quebraram a barreira. Foram precursores nessa história de ir das ruas para galerias e museus. O interessante é que hoje este movimento também acontece de ‘dentro para fora’, no sentido de artistas que eram exclusivos de galerias e museus hoje também pintarem nas ruas. É importante estar também nos museus, porque é outro tipo de suporte. É possível realizar exposições itinerantes. Uma tela que faço no meu ateliê pode ser vista em diversas partes do mundo, diferentemente de um mural, onde a pessoa tem que ir para a cidade em que a obra está”, diz Kobra.  

Aos 48 anos, Eduardo Kobra tem três mil murais em cerca de 35 países, incluindo diversas cidades estados e estados brasileiros – como “Etnias – Todos Somos Um”, no Rio de Janeiro, “Oscar Niemeyer”, em São Paulo; “The Times They Are A-Changin” (sobre Bob Dylan), em Minneapolis; “Let me be Myself” (sobre Anne Frank), em Amsterdã; “A Bailarina” (Maya Plisetskaia), em Moscou; “Fight For Street Art” Basquiat e Andy Warhol), em Nova York; e “David”, nas montanhas de Carrara.

Em todos os trabalhos, o artista busca democratizar a arte e transformar as ruas, avenidas, estradas e até montanhas em galerias e museus a céu aberto. Dois desses murais entraram no Guinness World Record, como o “maior mural do mundo”. Primeiro “Etnias – Todos Somos Um”, no Rio, com cerca de três mil metros quadrados e, depois, o “Mural do Chocolate”, localizado na rodovia Castello Branco, em Itapevi, em São Paulo, com 5.742 metros quadrados. Em 2018, pintou 20 murais nos EUA, 18 deles em Nova York.

Muhcab - um dos 15 pontos da Pequena África

Vizinho ao Cais do Valongo, na Gamboa, o Museu da História e Cultura Afro-Brasileira (Muhcab) é um dos 15 pontos de memória que compõem a Pequena África, na Região Portuária, e fica localizado no Centro Cultural José Bonifácio.

O Museu foi criado em 2017, via decreto, mas nunca tinha sido aberto para o público. O acervo ali guarda aproximadamente 2,5 mil itens, entre pinturas, esculturas e fotografias, além de trabalhos de artistas plásticos contemporâneos, que dialogam com o espaço. A atual gestão da Secretaria Municipal de Cultura executou a limpeza e o restauro das calhas para impedir vazamentos. As peças passaram por higienização, algumas também por pequenos restauros e ou ganharam uma nova moldura.

*15 PONTOS DA PEQUENA ÁFRICA*

  1. Cais do Valongo, Patrimônio Mundial
  2. Mercado de escravos do Valongo
  3. Cemitério dos Pretos Novos – Instituto dos Pretos Novos – IPN
  4. Muhcab (antiga Escola José Bonifácio)
  5. Praça da Harmonia – interpreta as Barricadas da Revolta da Vacina
  6. Sindicatos e associações negras - Sociedade da Resistência dos Trabalhadores do Trapiche e Café
  7. Casa de Machado de Assis
  8. Mirante da Pequena África
  9. Largo do Depósito/Praça dos Estivadores
  10. Trapiches e atividades portuárias da Rua da Saúde
  11. Pedra do Sal, Quilombo da Pedra do Sal e Rua São Francisco da Prainha
  12. Zungu Largo de São Francisco da Prainha
  13. Igreja São Francisco da Prainha
  14. Praça Mauá
  15. Igreja de Santa Rita

 

Muhcab: Rua Pedro Ernesto 80, Gamboa. Quarta a sáb, das 10h às 17h. Grátis. Livre. Abertura ‘Eternamente Gloria’: 11/02, às 10h. Até 11/03.

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