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Economia

Após ano recorde, Corumbá e Ladário projetam queda nas exportações em 2024

Nível do Rio Paraguai quase 2 metros abaixo do esperado deve forçar redução.

Dom, 07 Abril de 2024 | Fonte: Da Redação


Após ano recorde, Corumbá e Ladário projetam queda nas exportações em 2024
Fotos: Arquivo

Os terminais portuários de Corumbá e Ladário movimentaram 6,6 milhões de toneladas no ano passado, mais que o dobro registrado em 2022, de 2,6 milhões de toneladas. Mas as projeções dos municípios para 2024 apontam para queda nas exportações, forçada pelas más condições de navegabilidade do Rio Paraguai.   

“Esse cenário é muito preocupante. Nós vamos ter, certamente, uma redução na exportação de minério”, prevê o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Sustentável de Corumbá, Cássio Augusto da Costa Marques.    

O minério de ferro é o principal produto exportado pelos municípios pantaneiros - 6,4 milhões de toneladas em 2023, segundo dados da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).  

Após ano recorde, Corumbá e Ladário projetam queda nas exportações em 2024
Os governadores Eduardo Riedel, de Mato Grosso do Sul e Tarcísio Freitas, de São Paulo, discutiram o projeto de relicitação da ferrovia Malha Oeste com o ministro dos Transportes, Renan Filho - Foto: Assessoria Ministério dos Transportes

Conforme boletim do SGB (Serviço Geológico do Brasil), que monitora a Bacia do Rio Paraguai, o nível do principal curso d’água do Pantanal estava em 102 centímetros - pela régua de Ladário - até o fim da última semana. A média histórica para o período é de 291 centímetros.   

“O que a gente sabe historicamente é que, abaixo de 90, 80 centímetros, você já inviabiliza completamente o transporte fluvial. Variando a cotação de minério no mercado, também pode ser inviável você fazer a logística rodoviária”, completa Costa Marques. Com a hidrovia comprometida, a saída para as mineradoras é escoar a produção pela BR-262, alternativa mais cara.

O secretário de Finanças e Planejamento de Ladário, Athos Juliano Lacerda de Barros, afirma que, há dois meses, a expectativa da principal mineradora da região era de aumentar a exploração de minas de manganês e ferro. 

“Mesmo considerando esse posicionamento da empresa, com a diminuição do nível do Rio Paraguai, esperamos ter uma arrecadação pouco menor que no último exercício, tendo em vista que o escoamento está prejudicado”, admite.    

As chuvas são a esperança para amenizar o problema. Ainda de acordo com o SGB, as projeções meteorológicas apontam para acumulados de 42 milímetros nas próximas duas semanas na região da Bacia do Paraguai. Prognóstico que, se concretizado, pode levar à elevação gradual do nível do rio. Confirmada a previsão, em pouco menos de um mês a régua de Ladário pode chegar a marcar 116 milímetros.

Relicitação da Malha Oeste é esperada para o segundo semestre
Para não ter que depender da chuva, a solução logística mais aguardada pela indústria mineral de Corumbá e Ladário é a requalificação da Malha Oeste, ferrovia que liga Corumbá a Mairinque, no interior de São Paulo. O trecho passa por processo de relicitação, previsto para ser concluído no segundo semestre deste ano.   

Na última semana, o governador Eduardo Riedel discutiu o projeto em Brasília (DF), com o ministro dos Transportes, Renan Filho, e com o governador de São Paulo, Tarcísio Freitas. O governo do Estado divulgou que empresas do ramo de celulose apresentaram projetos para construir conexões à ferrovia.

A relicitação da Malha Oeste prevê a requalificação de todos os 1.973 quilômetros da ferrovia. O investimento pode chegar a R$ 18,9 bilhões. O prazo da nova concessão é de 60 anos.

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