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Veja imagens do antes e depois no Pantanal, com mudanças no ciclo de chuva

O primeiro semestre de 2024 havia registrado casos de incêndios florestais, já este ano foi uma condição totalmente diferente.

Dom, 06 Julho de 2025 | Fonte: Assessoria IHP


Veja imagens do antes e depois no Pantanal, com mudanças no ciclo de chuva
Fotos: divulgação/IHP

Extremos nos ciclos do Pantanal estão sendo registrados com esse período do primeiro semestre de 2025 concluído. Ano passado, período de estiagem extrema no território, o primeiro semestre já havia registrado casos de incêndios florestais. Uma condição totalmente diferente neste ano.

Na Serra do Amolar, por exemplo, no 1º semestre 2024, foram 69 detecções de focos de fogo com o Sistema Pantera. No 1º semestre de 2025, foram 7 detecções, queda de 90٪. Já no Pantanal inteiro, no 1º semestre de 2024, foram 119.586 focos de calor. Enquanto que no 1º semestre de 2025 foram 2 384 focos. Isso mostra uma queda de 98%. Os dados da Serra do Amolar foram obtidos a partir do Sistema Pantera, desenvolvido pela startup umgrauemeio, e que tem central de monitoramento na sede do IHP, em Corumbá (MS). O sistema é mantido a partir da parceria com a JBS, com o projeto Abrace o Pantanal.

“Muitos esforços têm sido realizados para prevenir os incêndios florestais no Pantanal. Trabalhar com prevenção passou a ser uma exigência, manter brigada atuando ao longo de todo o ano, construindo aceiros, criando rotas de fuga para a animais. Um trabalho de educação ambiental em comunidades e outras áreas também é uma prioridade. Pelo IHP, a Brigada é permanente e atua o ano todo desde 2021 na região do Alto Pantanal. Isso gerou resultado para reduzir em cerca de 60% a área queimada em 2024″, detalha o diretor presidente do IHP, Angelo Rabelo.

Ele também reforça que o uso da tecnologia é importante para somar esforços no trabalho de prevenção. “Junto com o trabalho de campo, temos o uso de tecnologia, com Inteligência Artificial, no Sistema Pantera, para ajudar na detecção rápida de focos de fumaça e agir mais rápido. Contribuímos também, em 2024, para que a Aldeia Uberaba Guató passasse a ter uma Brigada formada e treinada em parceria com a própria aldeia indígena, a Funai, o Prevfogo/Ibama e a ADM. Sem contar que já estamos trabalhando para a recuperação de áreas afetadas pelo fogo, e realizamos plantios de milhares de mudas neste primeiro semestre, e já estamos atuando para a semeadura de outras para haver plantio futuro”, completou.

Sobre o cenário de estiagem enfrentado desde 2020, neste ano houve uma trégua. Choveu mais neste ano em comparação com 2024, o nível do rio Paraguai subiu a mais de 3,2 metros, o que não acontecia desde setembro de 2023, o que fez com que muitas áreas passassem a ficar alagadas. “Essa contribuição da natureza também tem sido fundamental. É uma esperança renovada”, indica Rabelo.

Período crítico aproxima-se

“O trabalho da prevenção, como comentei, precisa ser realizado continuamente. As ações de construção e manutenção de aceiros e rotas de fuga para a vida selvagem continuam sendo realizados pelo IHP na região da Serra do Amolar. O monitoramento para identificar fumaça com o Pantera também é contínuo, sendo 24/7. Porém, historicamente, o período mais grave para os incêndios começa em agosto, e a educação ambiental sobre o uso do fogo de forma racional é primordial para não termos novo cenário de tragédia”, aponta o diretor presidente do IHP.

As ações do Instituto somam-se a outros esforços que estão sendo desenvolvidos no Pantanal pelo Prevfogo/Ibama, pelo Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, bem como por brigadas comunitárias e proprietários rurais.

Veja antes e depois em imagens

Setembro de 2024, com registro de incêndios florestais em alta na região da Serra do Amolar

Junho de 2025: Entre dezembro de 2024 e junho de 2025, o volume total de precipitação foi 4% superior à média histórica do período 1998-2024, principalmente em razão das chuvas acima da média ocorridas em abril de 2025 (dados do Serviço Geológico do Brasil – SGB)

Área alagada em junho de 2025 na região da Serra do Amolar: O trecho do Rio Paraguai entre Barra do Bugres (MT) e Porto Murtinho (MS), incluindo a estação de Ladário e passando pela região da Serra do Amolar, apresenta níveis estáveis, compatíveis com o esperado para esta época do ano. Entre Ladário e Porto Murtinho, as cotas atuais situam-se na faixa dos percentis 30 a 40 da série histórica, ou seja, valores superados em 60-70 % do período de referência. Nos Rios Cuiabá, Miranda e Aquidauana (estação Palmeiras), as cotas permanecem próximas às medianas sazonais (Dados do Serviço Geológico do Brasil – SGB)

Mesmo área acima, porém em registro de setembro de 2024, com horizonte coberto pela fumaça de incêndios florestais, além de terreno sem alagamento:
Região da Baía da Gaíva, entre Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Bolívia, onde há inscrições rupestres – foto de maio de 2025
Região da Baía da Gaíva, entre Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Bolívia, onde há inscrições rupestres – foto de maio de 2024

 

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